«Referente a dados de 2007, o relatório da OCDE mostra que o desemprego de longa duração (superior a seis meses) afecta 51 por cento dos desempregados portugueses com diploma universitário e idades entre os 25 e os 34 anos. Na média dos países da OCDE, esta taxa é de 42 por cento.» in [Esquerda.net]
É interessante que em Portugal, tanto se apregoe, por vezes como fundamento principal dos baixos salários existentes, a pouca qualificação profissional dos trabalhadores portugueses. De facto, possuímos um nível de qualificação baixo e taxas de escolaridade baixas em quase todos os níveis de ensino aliada a uma fraca e residual alternativa de ensino profissional em Portugal.
Contudo, o mercado de trabalho, não absorve, ou custa a absorver, a mão-de-obra qualificada.
Parece um contra-senso estarmos num país, em que a competitividade é baixa (embora haja políticos e empresários que acreditam, ainda, que esta se eleve com uma redução no valor dos salários) devido à existência de uma necessidade em qualificar a mão-de-obra, não absorva a sua mão-de-obra qualificada.
Causa provável: a mentalidade dominante que mais vale um trabalhador não qualificado que se desenrasque num trabalho, que necessite de qualificação, do que um trabalhador qualificado, pois em causa está a (falsa) competitividade dos salários.
Sendo assim, sem uma sociedade que implemente a política da qualificação da mão-de-obra qualificada e dos justos salários de pouco valerá o investimento na educação, o investimento em cursos técnico-profissionais ou o investimento em investigação e desenvolvimento. Como sempre, tudo se resume a uma questão de mentalidade.