Estava à espera que este período de campanha eleitoral fosse fértil em ideias com visão, em que fossem apontados caminhos e no dia do sufrágio os portugueses pudessem escolher o rumo a seguir.
Pelo que até agora tenho visto nada disto está a ser conseguido, assistimos a candidatos que nem sequer conhecem as medidas que propõem, e tudo não passa de uma grande festa, sem que no fundo os eleitores fiquem conscientes dos caminhos que lhe são propostos (se é que são…).
Hoje apraz-me falar das grandes obras públicas, concretamente das obras públicas propostas para o interior Norte, se bem que a mesma opinião se aplique à generalidade delas.
Vejamos, será assim tão importante e prioritário para a região de Bragança ter uma auto-estrada?
A mim parece-me bem que não, atendendo aos recursos finitos, dos quais muitos se esquecem, para esta região o investimento prioritário não será certamente asfalto.
Sei que o argumento que é o único distrito sem 1km de auto-estrada já paira na mente de quem enfastiadamente me está a ler, mas vejamos: os habitantes desta região não estarão dispostos a trocar esta infra-estrutura por outra que seja verdadeiramente um investimento para todo o distrito?
E que tal por exemplo substituir este investimento por uma rede alargada de cuidados de saúde?
Vejamos os prós e contras desta medida: uma rede largada de cuidados de saúde naquela região iria primeiro dar emprego a uma serie de profissionais, logo iria levar gente de fora para a região, que obrigatoriamente teria de se estabelecer por lá, isto é viver os 365 dias do ano na região e lá fazer a sua vida.
A região sairia beneficiada porque verdadeiramente o pais estava a investir, (atenda-se ao verdadeiro significado da palavra investir que hoje aparece um bocado distorcido).
A ser implementada esta chamemos-lhe troca de investimentos estaríamos ter uma visão estratégica, estaríamos a vender cuidados de saúde também a toda a zona fronteiriça espanhola, e no fundo estaríamos como pais a ser muito mais justos para com uma região negligenciada ano após ano.
Tenham coragem de questionar as populações sobre o que preferem…
Este pequeno exemplo serve para contrariar o que muitos dos políticos andam a apregoar em alta voz, caros não se deixem enganar quando ouvem um politico afirmar que “este investimento só começará a ser pago no futuro”, porque ninguém combate uma crise actual com despesa futura e este sim é um ponto mais que assente.
Ronin